sábado, 8 de dezembro de 2012


GRANDE MESTRE GICHIN FUNAKOSHI - 1868 HÁ 1957


 

KARATE ESTILO SHOTOKAN



 
Biografia
 
Primeiros anos
 
Gichin Funakoshi nasceu no atual distrito de Shuri , da prinvíncia de Okinawa em 1868, o mesmo ano da restauração Meiji, quando o reino de Ryukyu foi finalmente incorporado ao Império nipônico. Contra a manobra japonesa insurgiu-se formalmente a China, mas o processo se consolidou.
Naquele conturbado ambiente político, crescia Funakoshi, que era filho único e logo após seu nascimento foi levado para a casa dos avós maternos, onde foi educado e aprendeu poesia clássica chinesa. Algum tempo depois ele começou a frequentar a escola primária, onde conheceu outro garoto de quem ficou muito amigo. Esse garoto era filho de Yasutsune Asato,  um dois maiores especialistas de Okinawa  na arte do karate que na época ainda era conhecido por To-de ou Okinawa-te. O mesmo era membro de uma das mais respeitadas famílias.  Logo depois  Funakoshi começou a tomar suas primeiras lições com mestre Asato.
Como na época ainda, a prática de artes marciais do vetusto reino não eram muito bem vistas na região, os treinos eram realizados à noite, no quintal da casa de mestre Asato, onde se aprendia a socar, chutar e mover-se conforme os métodos praticados naqueles dias. O treinamento era muito rigoroso. O Mestre Asato tinha uma filosofia de treinamento que se chamava Hito Kata San Nen, ou seja, um kata em três anos. Funakoshi estudava cada kata a fundo e só então quando autorizado pelo seu mestre seguia para o próximo.
Enquanto praticava no quintal de Asato com outros jovens, outro reconhecido mestre de karate, Anko Itosu, amigo de Asato, aparecia e os observava treinando o kata, quando aproveitava para fazercomentários sobre suas técnicas. Era uma rotina dura que terminava sempre de madrugada sob a disciplina rígida de mestre Asato, do qual o melhor elogio se limitava a uma única palavra: Bom!.  Após os treinos  já quase ao amanhecer, Asato falava sobre a essência do karate.
Após vários anos, os treinos dedicados deram grande contribuição para a saúde de Funakoshi, que fora uma criança muito frágil e doentia. Ele gostava muito da rotina de treinamento, mas como não pensava que pudesse fazer dele uma profissão, inscreveu-se e foi aceito como professor de uma escola primária em 1888 aos 21 anos, aproveitando toda a cultura adquirida desde a infância quando seus avós lhe ensinavam os Clássicos Chineses. Esta deveria ser sua carreira a partir de então.
 
GICHIN FUNAKOSHI EM 1935
 
Primeiras divulgações abertas do Karate
 
Em 1902 durante a visita de Shintaro Ogawa, que era então inspetor escolar da prefeitura de Kagoshima, à escola de Funakoshi em Okinawa, foi feito uma demonstração de Te. Funakoshi impressionou bastante devido ao seu status de educador, ficando Ogawa tão entusiasmado que súbito escreveu um relatório ao Ministério da Educação elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de karate passou a ser oficialmente autorizado nas escolas.
Até então a arte marcial só era praticado atrás de portas fechadas, o que no  entanto não significava que fosse um segredo, porém havia certos mestres que procuravam manter seu conhecimento velado e dentro principalmentes de suas famílias e ou dentro de um seleto e pequeno grupo.
Ou seja, posto que não fosse um segredo a existência do karate, mestresinsistiam e relutavam em ensinar o público em geral e havia outros que procuravam impedir que outros mestres o fizessem. Por outro lado, as casas eram tipicamente muito próximas umas das outras, e tudo que era feito numa casa era conhecido pelas casas adjacentes. Enquanto muitos autores pregavam o karate  como sendo um segredo daquela época, não era exatamente isso o que se encontrava na prática. O karate  era de oficio secreto.
Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigo, que não eram a favor da divulgação da arte, Funakoshi  com o apoio de outros renomados mestres, como Kenwa Mabuni, Hironori Otsuka, Takeshi Shimoda, Choki Motobu  e outros, levou a disciplina até o sistema público de ensino, mas principalmente com a ajuda de seu mestre Itosu. Logo, as crianças de Okinawa estavam aprendendo os katas como parte das aulas de educação fisica. E nesse meio tempo a redescoberta da herança étnica em Okinawa entrou em voga e as aulas de karate  passaram ser bastante apreciadas.
Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro assistiu a uma demonstração de kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto com uma equipe composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os outros executavam kata, quebravam telhas e geralmente chegavam ao limite de seus pequenos corpos. Yashiro ficou tão impressionado que ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado na arte do karate.
Funakoshi sempre frizava o desenvolvimento do caráter e a disciplina nas suas narrações durante essas demonstrações. Quando participava das exibições, gostava de executar o kata kanku dai o maior de seu estilo, e talvez o mais representativo.
Em 1912 a Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de Chujo, sob o comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da sua tripulação para estudarem karate durante uma semana.
Foi graças a esses doze oficiais da Marinha que o karate começou a ser comentado em Tóquio. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam as estórias consigo quando voltavam ao Japão. Pela primeira vez na sua história, o Japão acharia algo na sua pequena possessão de Okinawa  além de praias bonitas e o ar puro.
 
 
 

 
APRESENTAÇÃO DE FUNAKOSHI E SEUS ALUNOS
 
Divulgação do karate no Japão
Em 1921 o então Príncipe Herdeiro Hirohito, em viagem para Europa  fez escala na terra do karate e assistiu a uma demonstração, liderada por Funakoshi, ficando muito impressionado. Por causa disso, no fim desse mesmo ano, Funakoshi foi convidado para fazer uma demonstração em Tóquio  numa exibição atlética nacional. O convite foi de pronto aceito  acreditando ser esta uma ótima oportunidade para divulgar sua arte.
A nova demonstração de kata foi um sucesso, o que culminou com o aparecimento de muitos outros convites de demonstração e ensino regular do karate. Funakoshi pretendia retornar logo para sua terra, mas no decorrer dos acontecimentos foi ficando na ilha principal do Japão.
Uma das pessoas que pediu para que ele ficasse foi Jigoro Kano o criador do judo  e presidente do Instituto Kodokan  de quem se tornaria muito amigo. Funakoshi resolveu ficar por mais alguns dias para fazer demonstrações de suas técnicas no próprio Kodokan.
Algum tempo depois  quando se preparava novamente para retornar à sua casa, foi visitado pelo pintor Hoan Kosugi, que já tinha assistido a uma demonstração de karate em Okinawa pedindo-lhe que ensinasse a arte. Mais uma vez sua volta foi adiada.
Funakoshi percebeu então que se ele quisesse ver o karate  propagado por todo o Japão ele mesmo teria que fazê-lo. Por isso resolveu ficar em Tokyo até que sua missão fosse cumprida.
No Japão, Funakoshi foi ajudado por Jigoro Kano, o homem que reuniu vários estilos diferentes de Jujutsu para fundar o Judo. Kano tornou-se amigo íntimo de Funakoshi, e sem sua ajuda nunca teria havido karate  no Japão. Kano o levou  às pessoas certas, levou-o às festas certas, caminhou com ele através dos círculos sociais da elite japonesa. Mais tarde naquele ano, as classes mais altas dos japoneses se convenceram do valor do treinamento do karate.
Funakoshi fundou um dojo de karate  num dormitório para estudantes de Okinawa  em Meisei Juku. Ele trabalhou como jardineiro, zelador e faxineiro para poder se alimentar enquanto ensinava karate à noite.
Em 1922  a pedido do pintor Hoan Kosugi, Funakoshi publicou seu primeiro livro, Ryukyu kenpo karate, um tratado nos propósitos e prática do Karate. Na introdução daquele livro ele já dizia que a pena e a espada são inseparáveis como duas rodas de uma carroça. O grande terremoto de Kanto em 1º de setembro de 1923 destruiu as placas de seu livro, e levou alguns de seus alunos com ele. Ninguém morreu com o tremor, os incêndios é que provocaram as mortes. O terremoto ocorreu durante a hora do almoço, no momento em que cada fogão a gás no Japão estava ligado. Os incêndios que ocorreram a seguir eram monstruosos, e a maioria da  vidas perdidas se deveu ao fogo. Este livro teve grande popularidade e foi revisado e reeditado quatro anos após o seu lançamento, com o título alterado para  Rentan goshin karate jutsu”.
Em 1925 Funakoshi começou a pegar alunos dos vários colégios e universidades na área Metropolitana de Tóquio e nos anos seguintes esses alunos começaram a fundar seus próprios clubes e a ensinar karate  a estudantes destas escolas. Como resultado  o karate  começou a se espalhar desde o centro do império. No início da década de 1930  já havia clubes de karate  em cada universidade de prestígio de Tóquio. Mas por que estava Funakoshi conseguindo tantos jovens interessados em karate  desta vez?  O Japão estava fazendo uma Guerra de Colonização na Bacia do Pacífico. Eles invadiram e conquistaram a Coréia, Manchúria, China, Vietnã, Polinésia  e outras áreas. Jovens a ponto de irem para a guerra vinham a Funakoshi para aprender a lutar, assim eles poderiam sobreviver ao recrutamento nas Forças Armadas Japonesas. O seu número de alunos aumentou bastante.
Por volta de 1933, Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para prática das técnicas em duplas. Tanto o ataque de cinco passos- Gohon Kumite como o de um passo - Ippon Kumite foram usados. Em 1934 um método de praticar esses ataques e defesas com colegas de um modo levemente mais irrestrito  semi-livre - Ju Ippon Kumite   foi adicionado ao treinamento. Finalmente  em 1935 um estudo de métodos de luta livre - Ju Kumite  com oponentes finalmente tinha começado. Até então, todo carate treinado em Okinawa era composto basicamente de kata. Isso era tudo. Agora  os alunos poderiam experimentar as técnicas dos katas  uns com os outros sem causar danos sérios.
Neste mesmo ano de 1935  foi publicado seu próximo livro  Karate do kyohan. Este livro trata basicamente dos katas.
 
 




GICHIN FUNAKOSHI EM DEMONSTRAÇÃO DO KATA KANKU DAI



Uma reforma no karate
Funakoshi era Taoísta  e ele ensinava clássicos chineses como o Tao Te Ching de Lao Tzu, enquanto ele estava vivendo em Okinawa. Era profundamente religioso e tinha muito receio de que o karate se tornasse um instrumento de destruição  e provavelmente queria eliminar do treinamento algumas aplicações mortais dos katas. Então, ele parou de fazer essas aplicações. Ele também começou a desenvolver estilos de luta que fossem menos perigosos. Funakoshi teve sucesso ao remover do karate técnicas de quebras de juntas, de ossos, dedos nos olhos, chaves de cotovelo, esmagamento de testículos, criando um novo mundo de desafios e luta em equipe onde somente umas poucas técnicas seriam legais. Ele fez isso baseado nos seus propósitos e com total conhecimento dos resultados.
A partir de 1936  Funakoshi passou a usar mais ostensivamente a mudança empregada por Anko Itosu  dos caracteres Kanji utilizados para escrever a palavra karate: os kanji  possuem sons assemelhados  ou To, porém o último também pode ser dito kara; enquanto o primeiro significava China, com o outro essa relação ficou mais distante, passando a ser entendido como seu sentido primário  ou vazio; de mãos chinesas   o karate passou a significar mãos vazias  e como os dois caracteres são lidos exatamente do mesmo jeito, então a pronúncia da palavra continuou a mesma.
Além  disso  Funakoshi defendia que o termo "mãos vazias" seria o mais apropriado, pois representa não só o fato de o karate  ser um método de defesa sem armas, mas também representa o espírito do karate, que é esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terrenas. Com essa mudança  Funakoshi iniciou um trabalho de revisão e simplificação que também passou pelos nomes dos kata, pois ele também acreditava que os japoneses não dariam muita atenção por qualquer coisa que tivesse a ver com o dialeto de Okinawa. Por isso ele resolveu mudar não só nome da arte mas também os nomes dos katas. Ele estava certo pois o seu númerode praticantes cresceu ainda mais.
Funakoshi tinha 71 anos em 1939  e foi quando ele deu o primeiro passo dentro de um dojo de karate em 29 de janeiro. O prédio foi feito de doações particulares, e uma placa foi pendurada sobre a entrada e dizia: "Shotokan".  "Sho" significa pinheiro. "To" significa ondas ou o som que as árvores fazem quando o vento bate nelas. "Kan" significa edificação ou salão. "Shoto" era o pseudônimo que Funakoshi usava para assinar suas caligrafias quando jovem, pois quando ele ia escrevê-las se recolhia em um lugar mais afastado, onde pudesse buscar inspiração, ouvindo apenas o barulho dos pinheiros ondulando ao vento. Esse nome dado ao Shotokan Karate Dojo foi uma homenagem de seus alunos.
 
 
 
 

SHOTOKAN KARATE DOJO
 

As Guerras


Com a eminência de uma guerra pairando no ar, a necessidade de treinamento nas artes militares estava em crescimento. Jovens estavam se amontoando nos dojôs, vindos de todas as partes do Japão. O karate  foi de carona nessa onda de militarismo e estava desfrutando de uma aceitação acelerada como resultado. O nacionalismo exacerbado fazia com que muitos quisessem mostrar que o Japão tinha uma modalidade de boxe mais simples, natural e eficiente que o boxe chines.
Enquanto já se desenrolava a segunda guerra sino japonesa  em 7 de dezembro de 1941, o Japão despeja um bombardeio sobre as forças navais americanas em Pearl Harbor, numa tentativa de prevenir que as embarcações americanas bloqueassem a importação japonesa de matéria  prima. Os japoneses tentaram remover a frota americana e varrer a influência ocidental do próprio oceâno pacífico. O plano era bombardear os navios de guerra e os porta  aviões que estavam no território do Hawaii. Isto deixaria a força da América no pacífico  tão fraca que a nação iria pedir a paz para prevenir a invasão do havai e do Alasca.   Infelizmente, o pequeno Japão não tinha os recursos  força humana  ou a capacidade industrial dos Estados Unidos. Com uma mão nas costas, os americanos destruíram completamente os japoneses na Ásia e no Pacífico.
Uma das vítimas dos ataques aéreos foi o Shotokan Karate Dojo que havia sido construído em 1939. Com a América exercendo pressão sobre Okinawa, a esposa de Funakoshi finalmente iria deixar a ilha e juntar-se a ele em Kyushu no Sul do Japão. Eles ficaram lá até 1947.
Os americanos destruíram tudo que estava em seu caminho. As ilhas foram bombardeadas do ar, todas as cidades queimadas até o fim, as colinas crivadas de balas pelos cruzadores de guerra de longe da costa  e então as tropas varreram através da ilha, cercando todo mundo que estivesse vivo. A era dourada do karate em Okinawa  tinha acabado. Todas as artes militares haviam sido banidas rapidamente pelas forças americanas.
Primeiro uma, depois outra bomba atômica explodiram sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Três dias depois, bombardeiros americanos sobrevoaram Tóquio em tal quantidade que chegaram a cobrir o Sol. A cidade foi bombardeada com dispositivos incendiários. Descobrindo que o governo do Japão estava a ponto de cometer um suicídio virtual sobre a imagem do Imperador, cartas secretas foram passadas para os japoneses garantindo sua segurança se eles assinassem sua "rendição incondicional". O Japão estava acabado, a guerra  do pacífico também, mas o pesadelo de Funakoshi ainda havia de acabar.
 
 
 
 
JAPÃO NA 2ª GUERRA MUNDIAL
 
 
 
DESTRUIÇÃO EM HIROSHIMA E NAGASAKI
 
A morte de Yoshitaka
Foi então que Gigo, também conhecido como Yoshitaka, dependendo como se pronuncia os caracteres de seu nome, filho de Gichin Funakoshi, um jovem e promissor mestre de karate no seu próprio direito, aquele que Funakoshi estava contando para substituí-lo como instrutor do Shotokan, pegou tuberculose em 1945 e veio a falecer enquanto teimosamente recusa-se a comer a ração americana dada ao povo faminto.
Funakoshi e sua esposa tentaram viver em Kyushu, uma área predominantemente rural, sob a ocupação americana no Japão mais em 1947 ela morre, deixando Funakoshi retornar a Tóqui, para reencontrar seus alunos de karate  que ainda viviam. Depois que a guerra havia acabado, as artes militares haviam  sido completamente banidas. Entretanto alguns dos alunos de Funakoshi tiveram sucesso em convencer as autoridades que o karate era um esporte inofensivo. As autoridades americanas concederam, porem naquela época eles não tinham idéia do que fosse o karate. Além disso, alguns homens estavam interessados em aprender as artes militares secretas do Japão, então as proibições foram eliminadas completamente em 1948.
Em maio de 1949, os alunos de Funakoshi  se juntam  para organizar todos os clubes de karate  universitários e privados numa simples organização. E eles a chamaram de Nihon Karate Kyokai (Associação japonesa de karate). Eles nomearam Funakoshi seu instrutor chefe. Em 1955  um dos alunos de Funakoshi consegue arranjar um Dojô para a entidade.

 
GIGO FUNAKOSHI OU YOSHITAKA
 
 
GICHIN E GIGO  - PAI E FILHO


GIGO NO KATA

Uma lição para o mundo
Em 1957, Funakoshi tinha 89 anos de idade. Ele foi um professor de escola primária e um professor de karate. Ele se mudou para o Japão em 1922, o que não era um pequeno ato de coragem  e trouxe consigo o karate, dando ao Japão algo de Okinawa com seu próprio jeito pacifista. No processo, ele perdeu um filho, sua esposa, o prédio que seus alunos fizeram para ele, seu lar  e qualquer esperança de uma vida pacífica. Ele suportou duas grandes guerras que resultou em calamidade nacional, e ele treinou seus jovens amigos e conheceu suas famílias apenas para vê-los irem lutar e serem mortos pelas forças invencíveis dos Estados Unidos. Ele viu o Japão queimar, ele viu os antigos templos e santuários serem totalmente aniquilados, ele viu bombardeiros enegrecerem o Sol, e ele viu como um pilar de fumaça negra subia de cada cidade no Japão e envenenava o ar que ele respirava. Ele viu o Japão cair da glória para uma nação miserável, dependendo de suprimentos de comida e roupas dos seus conquistadores. O cheiro da fumaça e o cheiro dos mortos, os berros daqueles que foram deixados para morrer lentamente, o choro das mães que perderam seus filhos e esposas que nunca mais iriam ver seus maridos, o medo, o ruído ensurdecedor dos B-29  voando sobre sua cabeça aos milhares, os clarões como os de trovões por todo o país quando as bombas explodiam em áreas residenciais, os flashes de luz na escuridão, a espera no rádio para poder ouvir a voz do Imperador pela primeira vez, somente para anunciar a rendição, a humilhação de implorar comida aos soldados. Intermináveis funerais, famílias arruinadas e lares destruídos...
A lição mais importante que ele nos ensinou está expressa na história do modo que ele passou pelo dojô principal de Jigoro Kano. Caminhando pela rua, ele parou e fez uma pequena prece quando passou pelo Kodokan. E se estivesse dirigindo um carro, ele tiraria seu chapéu quando passasse pelo Kodokan. Seus alunos não entenderam porque ele estaria rezando pelo sucesso do Judo. Ele explicou: "Eu não estou rezando pelo Judo. Eu estou oferecendo uma prece em respeito ao espírito de Jigoro Kano. Sem ele, eu não estaria aqui hoje".
Gichin Funakoshi, o "Pai do karate Moderno", faleceu no dia 26 de abril de 1957. No seu túmulo está gravada sua célebre frase: Karate ni sente nashi. O monumento está localizado no Templo Engakuji na cidade de Kamakura, Japão.
 
 
 
                                               TEMPLO ENGAKUJI - JAPÃO 
 
MEMORIAL PARA GICHIN FUNAKOSHI  NO TEMPLO ENGAKUJI EM KAMAKURA
 
 
 
GICHIN FUNAKOSHI - O PAI DO KARATE MODERNO
 
Contribuições
O mestre Gichin Funakoshi acreditava que o karate seria uma arte marcial única, cuja linhagem poderia ser rastreada conforme sua evolução ocorreu. Assim, ele enxergava as variações de estilo como variações da forma de ensinar a arte marcial. Este era um pensamento que era comungado por outros mestres, que relutavam em reconhecer um estilo próprio, como o mestre  kenwa Mabuni.
Ele planeou o seu sistema da karate para refletir suas ideias, isto é, o karate deveria formar o praticante de forma completa, como atleta, como pessoa e como cidadão. Por consguinte, ao nome do karate foi adicionada a partícula — Dô —, significando caminho.
Funakoshi travou intensa troca de conhecimentos com vários mestres, de várias escolas, estilos e artes marciais, com os quais buscou reunir-se. Da amizade com Jigoro Kano resultou a ampla divulgação do Tode por todo o Japão. Funakoshi  no intuto de difundir sua arte marcial alterou nome de Tode ou Okinawa-te para Karate e posteriormente para karate-do, que ajudou a romper limites e superar preconceitos.
O mestre também alterou os nomes tradicionais em chinês ou oquinauense de vários katas para nomes japoneses. Sendo que Kushanku tornou-se Kanku; Wanshu = Enpi; Rohai = Meikyo, sendo que os kihons também passaram a ter nomes padronizados em japonês.
Nota
O sobrenome tradicional da família de Gishin Funakoshi era «Tominakoshi».
 
 
DOJO DE FUNAKOSHI
 
GICHIN NO MAKIWARA

EXECUTANDO O KANKU DAI

NO TEKI SHODAN



TEKI SHODAN - ANOS ANTES

  EM DEFESA DO GEDAN BARAI



CONTRIBUIÇÃO PARA AS ARTES MARCIAIS


O MEU MODO DE VIDA
 
 
20 ENSINAMENTOS

KARATE JUTSU - TECNICAS DE FUNAKOSHI


 
INFLUENCIA NOS ESTILOS DE KARATE
MESTRE FUNAKOSHI - DESCANSE EM PAZ 
 
 
SR. GICHIN FUNAKOSHI EM 1957
 
 
 
 
 
 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 



 
 
 



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